nome: |
Angelina Fernandes |
ano nascimento: |
|
freguesia: | Castro Laboreiro |
concelho: |
Melgaço |
distrito: |
Viana do Castelo |
data de recolha: | 2022 |
- A arruda e o mau olhado
- A moura de Quinjo
- A moura e o encanto mau
- A moura e o leite de cabra
- A mulher de Cavada Velha
- Acompanhamentos invisíveis
- Brandas e inverneiras
- Cantigas de trabalho - pastar o rebanho
- Curar feridas
- Curar o enganido
- Curar queimaduras
- Ervas benzidas
- Medos e Acompanhamentos
- O entrudo e os frangalheiros
- Os acendimentos
- Os lobos da carvalheira
- Palavras ditas e retornadas
- Triste ceguinho em Cavada Velha
- Ver pessoas no acompanhamento
Relato sobre antiga tradição de celebração fúnebre. Práticas religiosas ligadas a rituais fúnebres. - "Os acendimentos? Sim. A gente morria. E depois vinha acender uma vela pela igreja acima. Era uma fila de gente que chegava do fundo da igreja ao cimo. O Padre estava assim de lado, estava a dizer os responsos ao morto. E nós ali, na frente dele com a vela acesa. Depois acabava de dizer o responso e acenava (...) assim, que nos desviássemos e [dávamos] a vela a outra pessoa. Por exemplo: tinha eu a vela. Ele dizia aqueles responsos, acabava de dizer os responsos e acenava assim, para que passasse a vela a outra pessoa e eu [ia] para o lado. E depois vinha a outra pessoa, dizia-lhe outro responso. Tornava-lhe a acenar. Entregar a vela à pessoa e desvia-te para ali. Acenava-lhe assim. E eu lembro-me disso. Eu ainda fiz isso (...), era novinha, mas ainda vim fazer isso pelo meu pai, que morrera. Morreu cedo. E vim fazer isso pelo meu pai. Isso acabou, agora acabou. Antigamente era isso. Acabou. Agora são missas. A missa do sétimo dia. (...) E depois disso uma missa todos os meses durante um ano. (...) A tradição agora é assim. Antigamente era assim como lhe eu [disse]. Que que eu ainda fiz isso, sabia bem como era. E as pessoas que estavam de trás estavam a rezar Padre Nosso. Rezavam um Padre Nosso pela pessoa que lhe morrera. Mas, claro, rezavam baixinho. Não rezavam alto, rezavam baixinho, para não atrapalhar o Padre. Então o Padre estava ali até à última pessoa que viesse, que acabasse aquela fila de gente. Rezava até à última pessoa. Depois entregavam-lhe a vela a ele. Aquele Padre era assim de um feitio que sabia muito de latim, fazia a missa em latim. E eu, nós não percebíamos nada. Nós rezávamos, mas nós não percebíamos nada do que ele dizia, porque ele falava em latim! Nós não percebíamos nada daquilo. Então eu dizia assim: «Jesus», quando vinha à missa nós rezávamos. (...) Rezava ele em latim, as coisas em latim, mas depois rezavam-se Padre Nossos e o Credo e a Ave Maria, a Santa Maria. Agora não se diz nada disso. Diz-se o Padre Nosso, é o Credo e (...) é assim uns versos, umas rezas." ?
Inventário PCI
Transcrição
Caraterização
Identificação
Contexto de produção
Contexto territorial
Contexto temporal
Património associado
Contexto de transmissão
Equipa