nome: |
Xavier Rodrigues |
ano nascimento: |
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freguesia: | Verdoejo |
concelho: |
Valença |
distrito: |
Viana do Castelo |
data de recolha: | 2022 |
- A compra da Ilha do Conguedo
- A tropa - poema
- A velha das 7 ganchas
- As Assembleias e os Serões
- As partidas do João Salgueiro
- As partidas do Tio Barros
- As partidas do Tio Barroso
- Bruxarias
- Caminhos velhos - poema
- Contrabando após a Guerra Civil de Espanha
- Encontro com bruxas
- Os engenhos para serrar
- Os medos e as irmandades
- Racionamento na 2 ª Grande Guerra
- Roubar Vasos no S. João
- Verdoejo - poema
Relato sobre a tradição de roubar vasos às mulheres solteiras na noite de São João. Rituais de passagem (roubo de vasos às raparigas solteiras na noite de S. João); casos reais. - "Infelizmente já não se faz, que era roubar vasos pela altura do São João, ou seja de 23 para o 24. Os solteiros iam roubar vasos e pertences às mulheres solteiras aqui da freguesia. Depois púnhamos tudo ali no centro da freguesia, ali junto ao carvalho. Eu lembro-me no primeiro ano em que fui, a minha praxe, na primeira casa que fomos estávamos a roubar os vasos e um colega nosso assustou-se, começou a correr. Nós também todos a pensar que vinha alguém atrás de nós, assustámo-nos. E estávamos a colocar os vasos por cima do muro, houve um vaso que ficou mal colocado, começou a rolar, a rolar, a rolar, caiu dentro de um poço de água. Tivemos nós que às 3 da manhã, de calção já bem molhado, andar dentro do poço para tirar o vaso. Depois no outro ano foi para roubar um tanque de lavar roupa em cimento. Nós entrámos para dentro da casa, que tinha um muro para aí de 1,60 metros. Íamos roubar vasos, mangueiras, coisas mais leves, mas entusiasmamo-nos com o tanque. Quando chegámos acima ao muro, para passar o muro, nós ficámos assim todos a olhar uns para os outros, [a pensar:] «Como é que vamos passar?». Há um colega que está do lado de fora [e diz:] «Espera aí que eu vou-vos ajudar!». E vai a saltar pela cancela, manda a cancela abaixo, manda tudo. E resolvemos o problema, que assim já podíamos tirar o tanque pela porta. Também, o meu primeiro acampamento que fiz, foi aqui na freguesia, foi nas festas em honra de São Tomé. O pessoal todo falava que era uma festa muito grande, então nós decidimos - a juventude, a pouca que somos - decidimos então ir para lá. Acampámos e houve um colega que foi buscar um garrafão de vinho a casa. Na conversa deixámos o garrafão de vinho junto à fogueira. Ficámos todos cheios de vinho, porque ele rebentou e ficámos todos cheios de vinho. E depois acabámos por ninguém dormir lá na tenda, por causa dos mosquitos, fomos cada um dormir a sua casa. E pronto, as histórias são poucas, porque é como eles estavam a dizer, nós tivemos a sorte ou a infelicidade, pode-se ver das duas formas, de nascer noutros tempo, termos acesso a outro tipo de informação, ter outro conhecimento. Mas tive algumas experiências daquilo que eles aqui relataram, daquilo que é o meio rural, as vivências, tive algumas. Posso-me sentir feliz [por isso]."
Inventário PCI
Transcrição
Caraterização
Identificação
Contexto de produção
Contexto territorial
Contexto temporal
Património associado
Contexto de transmissão
Equipa