nome: |
Manuel Augusto Francisco (rusga) |
ano nascimento: |
05/03/1948 |
freguesia: | Grândola |
concelho: |
Grândola |
distrito: |
Setúbal |
data de recolha: | Fevereiro 2007 |
- A Ásia foi atingida
- Caminhando
- Entrei no meu quarto
- Está em quatro dividido
- Eu tenho muita profissão
- Não faças mal a ninguem
- O fraco não é valente
- Paz em vez de guerra
Poetas Populares de Grândola - Vídeo Poesia Popular. “O fraco não é valente”- Criação poética que estabelece contrários entre elementos da mesma classe (de qualidades de personalidade, de fauna, flora, instrumentos de trabalho, etc.). Manuel Augusto Francisco (Rusga); Ano de nascimento: 1948; Concelho de Grândola. Registo 2007. Décimas. Quadra (mote) seguida de uma glosa em 4 décimas (em redondilha maior). Classificação: Proposta por Paulo Correia (CEAO/ Universidade do Algarve) em Julho de 2007. «O fraco não é valente. E o valente não é fraco. A marreta(1) não é martelo(2). E o urso não é macaco. O curto não é comprido. O largo não é estreito. O marreco(3) não é direito. E o caduco(4) não é cardido(5). A saia não é vestido. Lagarto não é serpente. Pa’(6) trás, não é pa’ frente. Pa’ frente na’(7) é pa’ trás. Rapariga não é rapaz. E o fraco não é valente. O homem não é mulher. O padrinho não é madrinha. O vizinho não é vizinha. E o garfo não é colher. O cravo não é malmequer. A mochila na’ é saco. A jaqueta não é casaco. O feio não é bonito. A malha(8) não é palito(9). E o valente na’ é fraco. A porta não é janela. O ferrolho não é postigo. A cevada não é trigo, e o silo(10) não é cheio dela. O tacho não é panela. Gamboa(11) na’ é marmelo. Dobrado na’ é singelo(12) O verde na’ é vermelho. A moldura na’ é espelho. E a marreta não é martelo. Leoa não é leão. Enguia na’ é moreia. Tubarão não é baleia. E cadela não é cão. O Inverno não é Verão. Mortalha(13) na’ é tabaco. A nota não é pataco(14). A sorte na’ é azar, O vender não é comprar. E o urso não é macaco». Manuel Augusto Francisco (Rusga), Grândola, Fevereiro de 2007 Glossário: (1) Marreta: pesado martelo de ferro, de cabeças quadradas e de cabo longo usado em demolições, por exemplo. (2) Martelo: ferramenta com cabeça de ferro, encaixada num cabo de madeira, própria para bater, quebrar, cravar pregos, esmagar, golpear, etc. (3) Marreco: curvo. (4) Caduco: que cai por si, por processo próprio. (5) Cardido: que cai por influência de elementos exteriores. (6) Pa’: abreviatura oral de “para”. (7) Na’: abreviatura oral de “não”. (8) Malha: tecido derivado de laçadas de fio têxtil; a abertura que essas mesmas laçadas deixam entre si. (9) Palito: pequeno instrumento de madeira, estreito e pontiagudo. (10) Silo: reservatório para armazenagem de cereais. (11) Gamboa: fruto do gamboeiro (variedade de marmeleiro que dá frutos grandes), também conhecido como marmelo-molar. (12) Singelo: não dobrado nem composto. (13) Mortalha: pequena tira de papel que embrulha o tabaco do cigarro. (14) Pataco: antiga moeda portuguesa, de bronze, que valia dois vinténs ou quatro centavos. Para a execução deste glossário consultaram-se os seguintes websites:http://aulete.uol.com; http://www.infopedia.pt; http://www.infopedia.pt;http://www.priberam.pt Poetas populares em iniciativas esporádicas do Município de Grândola. Em Grândola, vários poetas populares participam na iniciativa Rota das Tabernas (16ª edição em 2010) realizada em Junho. Existem vários Encontros de Poetas Populares, nomeadamente em concelhos do Alentejo e do Algarve.
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