nome: |
Manuel Almeida da Silva |
ano nascimento: |
1935 |
freguesia: | Apúlia |
concelho: |
Esposende |
distrito: |
Braga |
data de recolha: | Outubro 2010 |
- A construção da masseira
- A venda do sargaço
- A vida dos sargaceiros
- O pilado para a masseira
- Ó que praia tão linda
- O sargaço na masseira
Esposende "A construção da Masseira" -Explicação de como se constroem e mantém os campos de masseira. Manuel da Silva, Ano de Nascimento 1935, Apúlia. Registo 2010 Muita, muita gente que tem a impressão que as masseiras são doadas da Natureza. Não são. As masseiras são obra do homem, não é? Porque as masseiras, a princípio, é pinhal. Depois, com o objectivo de adquirir terreno, deitava-se o pinhal abaixo e tirava-se areia até ao ponto de aparecer a água, não é? Que é da humidade própria para as plantas. Era um grupo bastante grande de raparigas e rapazes. E havia uns cestinhos pequeninos. Chamavam-se gigotes, não é? E então havia dois ou três indivíduos que enchiam os gigotezinhos. Depois havia um outro indivíduo que ajudava a pôr na cabeça. E depois levava-se para os valados. Ia-se pondo as areias dos lados, formando os valados e, então, o formato de masseira[2] . E assim nasceram as masseiras. Mas é um trabalho muito… muito árduo, não é? Aquilo era muito trabalhoso porque tinha-se que levar os cestinhos à cabeça. Por vezes, quando já estavam assim mais próximo de chegar ao nível apropriado, começavam a escorrer água pela cabeça abaixo, enfim… Começava-se a pôr, a colocar areia. Ia aumentando, aumentando os valados até se formar. E depois era vale acima, vale abaixo; vale acima, vale abaixo – naquele vaivém constante durante uma tarde inteira. Geralmente era sempre da parte da tarde. No verão, a humidade vai descendo, não é? Os centros, como nós dizemos, vão-se aprofundando. E então, para se fazer as masseiras, era sempre ao fim do Verão, ali por Setembro, Outubro, Novembro. Quando começasse a vir Inverno, aí depois já parava, porque não dava para tirar a areia; porque depois a humidade subia novamente acima e encharcava as areias. E assim foram sendo as masseiras, não é? Mas, é como digo: havia… era pinhal depois formou-se as masseiras. Não havia onde colocar a areia, não é? E então punha-se dos lados. Formavam-se os valadozinhos e ia-se chegar à masseira. Mas isto, enfim… Depois, com muito trabalho, era tudo cavado à enxada, não é? Preparado… Fazer uns drenozinhos para o dreno da água, não é? E pronto. [1] Forma de agricultura característica das freguesias de Estela, Navais e Aguçadoura (Póvoa de Varzim), Apúlia e Fão (Esposende). [2] Configuração rectangular escavada em profundidade. Comunidade agrícola da Apúlia.
Inventário PCI
Transcrição
A construção da masseira [1]
Caraterização
Identificação
Contexto de produção
Contexto territorial
Contexto temporal
Património associado
Contexto de transmissão
Equipa