nome: |
Tia Quinhas |
ano nascimento: |
1924 |
freguesia: | Forjães |
concelho: |
Esposende |
distrito: |
Braga |
data de recolha: | Outubro 2010 |
Esposende "A fome e a venda de esteiras" - Episódio que ilustra o período de fome que se viveu em Portugal após a Primeira Guerra Mundial. Tia Quinhas, Ano de Nascimento 1924, Forjães. Esposende. Registo 2010 Eu atravessei as Grandes Guerras. Uma, a de [19]14 a 18, não… Portanto, ainda não era… Mas atravessei a fome, que foi depois! Depois é que foi a guerra: foi a fome. E depois, as outras, não falemos o que se lá passou… Havia uma arte que era as esteireiras – o junco. Fazia-se cestas de junco, carpetes, passadeiras e tudo mais. Sei que um dia, eles andavam… Faziam uma quantidade e iam vender de porta em porta: Monte Sor, Valença, Caminha, Viana do Castelo, Ponte de Lima… E, sem vender tudo, não voltavam a casa, para arranjar o dinheirinho para arranjar a fornadinha para os filhos, que os filhos eram muitos. Tinha um vizinho que tinha dez e outro que tinha onze! E lá foi um vizinho vender as esteirinhas. E chegou com o dinheirinho para comprar 15 quilos de farinha: uma arroba. A esposa agarrou na farinhinha, escaldou-a, pôs lá a levedar, etecetera e tal, e disse: - Fica aqui a […] coberta aqui que eu vou buscar um feixinho de lenha. -e a chover torrencial! Foi buscar um feixinho de lenha. Os meninos, com fome, foram à massa, comeram quanta quiseram. Vieram os vizinhos. Viram que eles que tinham massa para fazer as broas, que dali é que se ia fazer as broas… comeram tudo! A mulher chegou com a lenha, não tinha o que meter no forno. Fome. A fome... Comunidade agrícola da Forjães. Histórias partilhadas nos tempos de lazer e em festas e romarias. Actividades promovidas pelo Município.
Inventário PCI
Transcrição
A fome a venda de esteiras
Caraterização
Identificação
Contexto de produção
Contexto territorial
Contexto temporal
Património associado
Contexto de transmissão
Equipa
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