nome: |
Júlia Luís |
ano nascimento: | 1942 |
freguesia: |
Maceira |
concelho: |
Torres Vedras |
distrito: | Lisboa |
data de recolha: | 02/2010 |
- O nome da Maceira
- Festas da Maceira
- A miraculosa e hino
- Cantar no campo
- S.João na Maceira
- St. Isabel e as termas
- Sem sapatos
- Tela de Porto Novo
- O Naifo
- Milho rei
- Dia da Espiga
- Brincadeiras de Carnaval
- A Serrança da Velha
- Dar aos pobres
Torres Vedras "A Serrança da Velha"- Descrição das brincadeiras que os rapazes faziam na tradição da Serrança da Velha, entre o Carnaval e a Páscoa. Júlia Luís, Ano de nascimento 1942, Maceira, Torres Vedras, Registo 2010. [Havia a Serrança da Velha. No meu tempo já não havia. Havia, sim, no tempo do meu pai. Havia… Está aqui a Dona Júlia, talvez consiga explicar melhor. A Velha era a primeira avó, quando tinha o neto pela primeira vez. E era considerada a Velha. E então a Serrança da Velha era no meio da Quaresma, aquele dia ali no meio da Quaresma, entre o Entrudo e a Páscoa. Então os rapazes juntavam-se em grupos e iam serrar a velha com uns serrotes velhos, com umas latas, e faziam barulho com os serrotes nas latas. Pingalhada, chalreada, barulheira. E iam à casa desta e à casa daquela. Mas normalmente cantavam versos feitos por eles. Mas nunca era versos – como é que hei-de dizer?... – a elogiar. Era sempre a dizer mal: e tu és assim, tu vais ser assado, e essas coisas. E normalmente eram sempre mal recebidos. As pessoas das casas ou fechavam-se, ou atiravam com coisas: ó seus assim, ó seus assado… Vinham sempre maldizer, a correr com os rapazes. Sei de alguns casos que até pancadaria apanhavam. Outros, tropeçavam e caíam… E era assim.] Mas eles andavam até de manhã a fazer isso. Ainda me lembro dum… O meu irmão queimou-se; queimou-se… Até fui eu. Fui lá espevitar o fogão a petróleo, não sei como é que fiz aquilo: com um caniço, e lá foi tudo. Caiu-lhe em cima […]. Bem, mas a minha mãe estava aflitíssima com o miúdo queimado e olha o verso que eles lhe foram fazer: Eu venho aqui!... Eu venho aqui!... Mas não era para dizer nada! Alevanta-te, ó Delfina Que tens o teu filho com a barriga queimada! Olhem bem. Olhem bem! A mulherzinha aflita e eles… Mas muitos, muitos… Eles diziam muita coisa, mas esse ficou-me. Porque a minha mãe ficou muito aflita. Eles começavam sempre por: Venho aqui! Depois era com o harmónio, a fazer muito barulho com os harmónios. Júlia Luís , Torres Vedras, Registo 2010. Encontros em festas e actividades promovidas pelo Município e Junta de Freguesia
Inventário PCI
Transcrição
A Serrança da Velha
Caraterização
Identificação
Contexto de produção
Contexto territorial
Contexto temporal
Património associado
Contexto de transmissão
Equipa
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