nome: |
Graciano Pinto |
ano nascimento: |
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freguesia: | Valença |
concelho: |
Valença |
distrito: |
Viana do Castelo |
data de recolha: | 2022 |
- As portas de Valença
- Histórias do contrabando
- O Lanço da Cruz
- Os canhões de Valença
- Os condenados e o portão de Castro
Lendas sobre as várias portas e passagens de Valença. Lenda histórica (Portugueses vs. Espanhóis) - "Da Portas do Sol, chamam, porque é do lado nascente. O sol vem da parte do monte e dá-lhe ali. E como dá-lhe o sol quase de manhã à noite, chamam-lhe as Portas do Sol. É como as portas dali da fonte da vila, chamam-lhe aqui a da Fonte, a que está aqui na parte de baixo, no fundo. Como as Portas da Gaviarra, chamam aqui da parte Norte, da parte subterrânea que vai para a Espanha. As Portas da Gaviarra, chamávamos aquilo porque era de uma fortaleza. E eles até contam que tem uma grade cá em cima, à beira da Pousada, tem ali uma grade em ferro, tudo. E também fazem um bocado do que é a lenda. Acho que as Portas da parte norte, debaixo da entrada para a Fortaleza, das invasões espanholas - diziam e se calhar agora conta-se muito mais vezes - deixaram as Portas da Gaviarra mal fechadas para os espanhóis entrarem. E depois ao estarem ao meio, que aquilo tem uma claraboia e depois tem uma grade em ferro, acho que era azeite fervido. Era do azeite que era de graça, veio do óleo, e com chumbo derretido e ao eles passarem por ali, queimavam-nos para baixo. As portas da fonte da vila? Chamam a fonte da vila porque esta muralha está assente quase que em água. E também diziam antigamente que os fossos eram alagados. De facto, não há muito tempo ainda um fosso desses daí - para onde deitaram até o canhão para baixo - aquilo era húmido. Para passar aquilo por ali... no Inverno não se podia passar. Tinha de se ir pela parte de cima, pela parte do caminho, porque não dava. Era fofo, era tipo areias movediças. E a gente (...) ficava enterrada naquilo. E não dava para passar para cima. Tem aqui uma parte da passagem aqui, que aquilo chega a um ponto que nos começa a faltar até ao ar. Até dizem que essa passagem, que dá para a passagem subterrânea pelo rio para a parte de lá. [A verdade] é que a gente vai até ao sítio e aquilo falta um bocado o ar, falta. Até o rapaz ia por ali com os outros e uma pessoa chegava a um [momento] ali, que a pessoa não se sentia bem. Devia de estar com [pouco] oxigénio e a gente, embora com nome e tudo, começava-lhe a faltar um bocado o ar. Eu cheguei, eu e os outros da minha juventude, chegavam ali e até queriam ir para mais [longe]. Depois viam-se atrapalhados e tinham medo de ficar lá, porque faltava o ar. Porque dizem que atravessa [o rio]. É esta que há aqui e aqui em frente ao Convento dos Frades, que tinha o Convento de Ganfei. Os frades tinham (…?) e tudo para se servir, não é? E diz que também tinha passagem subterrânea, que passava o rio, para a Catedral. Até falavam, diz que era depois para os namoros secretos. Eles, as freiras e os padres que andavam de um lado para o outro."
Inventário PCI
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