nome: |
Artur Miquelino |
ano nascimento: |
1928 |
freguesia: | Esposende |
concelho: |
Esposende |
distrito: |
Braga |
data de recolha: | Outubro 2010 |
- A esmola para o Diabo
- A felicidade
- Amarrar à roda do leme
- O melhor marinheiro
- O valor de Esposende
- O Zé Grande e o burrinho
- Salvo pelas compotas
- Zé Grande e as lampreias
Esposende "Zé Grande e as lampreias" - Relato de como um homem sobreviveu a um ciclone por se ter amarrado ao leme. Artur Miquelino, Ano de Nascimento 1928,Esposende. Registo 2010 Os… os pescadores mais pobres tinham que… ganhavam muito mal. O mar não dava sempre. Então, tinha um pescador daqui que lhe chamavam Zé Grande. Vendia lampreias em Barcelos e vendia lampreias em Guimarães. A pé! Ora bom, para Guimarães… É verdade, não é mentira, isto! Pode ser mentira quando subiu no burro, mas em vender, em vender as lampreias, foi – ia! E então, ele só ia para Guimarães quando as lampreias eram mortas aqui na… na rede à noute! Ele ia comprar lampreias à noute; à uma hora, duas, ia a pé para Guimarães. Chegava lá de manhã. Bom, chamarem-lhe o Zé Grande, devia dar cada passo para aí de dez metros! [risos] Penso eu, que eu não o conheci! E então… [vozes] Então ele ia para Barcelos. Ia para Barcelos. Levava então um… um pau com um bordão na frente e um bordão atrás e as lampreias dentro. Ia para Barcelos… Chegou na Portela – antigamente, era… só botavam na Portela. Era na Portela e aqui em… e aqui em… aqui por lá da Apúlia, que tinha por lá a […] […] dum lado e do outro: os que soltavam ali, soltavam ali, e tal. Ele ia: - Ei, amigo! Que vá daí? O que é que você leva aqui no… nos cestos? Diz: - São cobras! -não conheciam as lampreias… -São cobras! - Então mostre lá! Ele afundou o cabaz para o chão, mas como estavam (as lampreias estavam vivas), começou a arrebilhar[1] … Eles, como viram que era cobras mesmo, fugiu tudo! Fugiu tudo. Pega nas cobras, pega nas… nas lampreias – dentro das bilhas e lá veio ele a pé para Barcelos. Bom, vendeu as lampreias, foi fazer queixa à polícia. - Fui assaltado. Fui assaltado… […] Eu agora não trouxe nada, mas como fui assaltado… Diz: - E você não conheceu nenhum? - Não. - Como é, alto?... - Sei lá! A meio da noite, parece-me tudo alto! - Como é o seu nome? - Fulano de tal… -pôs lá o nome dele. Daí a dias, houve um assalto aqui na, na… em Abre-Mar. […] Mandaram chamar para ver se era algum daqueles. Sim, ele foi fazer queixa… Ao passar, estavam lá meia dúzia deles… Ele conheceu logo dois! Conheceu mas… mas não ligou. Entrou para dentro… - Entre para dentro. Diz assim uns que estavam ao lado: - Olha o das jibóias… [risos] A eles, as cobras pareciam jibóias! - Olha o das jibóias… Ãn? Ele entrou para dentro – conheceu logo, à entrada! - Venha cá! Era algum destes que está aqui? Diz ele – começou a olhar: - Não. Eram mais baixos. -ele sabia que era aqueles! Mas para não lhe acertar quando ele fosse outra vez… - Não, não é nenhum destes! - Prontos, então… Vá embora! Lá vai embora. E era aqueles! Que disse: - Olha o outro das jibóias… [1] Espernear. Comunidade de pescadores de Esposende, encontros promovidos por entidades locais - município e biblioteca
Inventário PCI
Transcrição
Zé Grande e as lampreias
Caraterização
Identificação
Contexto de produção
Contexto territorial
Contexto temporal
Património associado
Contexto de transmissão
Equipa