nome: |
Anézia Esteves, Maria Amélia |
ano nascimento: |
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freguesia: | São Paio |
concelho: |
Melgaço |
distrito: |
Viana do Castelo |
data de recolha: | 2022 |
- A bruxa que queria genro
- Cantiga do cortejo
- Contra o mau olhado e doenças
- Cortar a peja
- O lobisomem e a roupa no forno
- O lobisomem que comeu os filhos
- O lobo e a bica da pedra
- O nome das vacas
- O que tens ó minha filha
- Os lobos no lugar
- Os serões e as fiadas
- Responso ao St António
- Talhar a herpes e a peçonha
- Talhar o lixo
- Tomás das Quingostas
Relato sobre o cortejo organizado pelas freguesias para angariar dinheiro para as obras da igreja. Cancioneiro (prática coletiva acompanhada por momentos musicais cantados) - "Eu tenho a lembrança, era pequenita, andava talvez na terceira classe. Fazia-se uns cortejos para as freguesias, para juntar dinheiro, para arranjar qualquer obra das freguesias. Os rapazes e as raparigas faziam um cortejo. Cada um levava o que podia: milho, chouriças, carnes, tudo isso. Tenho a lembrança de eles cantarem. A minha irmã também já ia, ela é 5 anos mais velha do que eu, já ia nesses cortejos. Era novita, mas já ia. Eu era pequenina. E lembro-me de algumas canções que elas cantavam. Eles iam ensaiar ali a uma casinha. Todas as noites iam ensaiar. E eu era pequenita, andava na escola, e eu ia para ali também. Íamos as crianças, levar e ouvíamos. Era assim: [Cantado] Aqui vem cavaleio alvo Tudo cheio de alegria Vimos trazer as ofertas Para a nossa freguesia É pouco, bem nós sabemos, Mas também diz o veterano Muito pouco faz o muito (bis) Migalhas também é pão Cantai raparigas Rapazes também O nosso raminho É tão pequenino Que até graça tem. E era assim, depois continuava. Aqui vem Cavaleiro Alvo, a cantar com alegria, não é? Aqui vem Cavaleiro Alvo A cantar com alegria Viva o Senhor São Paio Viva a nossa freguesia. Depois continuava: Aqui vem Cavaleiro Alvo A cantar com alegria Viva o senhor Abade (bis) Viva a nossa freguesia. Cantai raparigas rapazes também O nosso raminho É tão pequenino que até graça tem. Aí não sei. Para o S. Paio acho que se fez dois. E fez-se um para Santa Rita, esse não me lembra. Eu devia ser... ou se calhar até nem era nascida. E fizera-se para a vila, também. Mas também isso não tenho recordação. Do da vila e do da santa Rita não me recordo. Ora daqui dos (...). Eu andava na terceira classe, eu fiz a quarta com 10 anos... 9 anitos. O padre da freguesia marcava o dia em que ia ser o cortejo. E, portanto, a freguesia por exemplo tinha Cavaleiro Alvo, tinha ali a Granja, tinha Real, tinha a Carreira, tinha a Carpinteira. Tinha ali estes lugares todos. E cada lugar levava o que podia. Até que o nosso, no último ano, não se levou nada, levou-se dinheiro. Levava o senhor que ensaiava um ramo de uma árvore para ter assim no ar e levava o dinheiro no bolso. Aquilo era para a igreja, para as obras que fizessem falta na igreja. Faziam as obritas que faziam falta. Porque o cortejo, por exemplo, quando era as coisas, chouriço, carne, milho, feijão, tudo o que a gente tinha, cada um no seu lugar, faziam tipo um andor. Depois as coisas iam todas penduradas. Aquilo até era engraçado, até em cima do andor. Em cima do andor lá metiam o mais importante que levavam. Era muito bonito isso. Depois havia o leilão. As pessoas juntavam-se e vinham comprar. Tudo, vendia-se tudo. Tudo era para a igreja, aquilo ficava tudo para a igreja."
Inventário PCI
Transcrição
Caraterização
Identificação
Contexto de produção
Contexto territorial
Contexto temporal
Património associado
Contexto de transmissão
Equipa