| nome:  | 
Rosa Dias | 
| ano nascimento: | 
1947 | 
| concelho: | 
Campo Maior | 
| distrito: | 
Portalegre | 
| data de recolha: | Julho 2012 | 
| Filmagem da autoria de Catarina Durão Machado e entrevista orientada por Ana Zulmira Durão Machado. Trabalho realizado no âmbito do Curso de Verão da FCSH – “Registo de vídeo da tradição oral - contos, lendas, provérbios ...”. Gravado na Casa do Alentejo, Lisboa. | |
Campo Maior (sobre Campo Maior, mas gravado em Lisboa - Casa do Alentejo) "Serões"- Quadras evocando os serões alentejanos tradicionais em família.  Rosa Dias, Ano de nascimento 1947, Lisboa, Registo 2012.  Os serões do Alentejo São belos a recordar Chuva caía lá fora Gente correndo a passar   Cá dentro juntos ao lume Com as almas aquecidas Mais velhos contavam histórias De vidas então vividas   Com os sentidos atentos E olhos arregalados Crianças iam vivendo Esses tempos já passados   Na trempe, grande sertã De migas para acompanhar O café que já fazia A chocolateira arredar   A velhota, com a tenaz Punha a brasa no café E até o gato sornava Ao canto da chaminé   Pegava então no canudo Pertenço de bisavó Atiçava bem o lume Com jeito, sem fazer pó   Boca sem dentes sorrindo Grande borrão no cigarro A moquita ia caindo Nas botas negras com barro   Ainda me lembra as candeias Nas paredes penduradas Alumiando almas vivas Ao borralhinho sentadas   E as mulheres mais idosas Usavam as caneleiras Pois passavam os invernos Garranchadas nas braseiras   Canelas cheias de cabras Que a muita mulher ralava De aquecer a dianteira Enquanto o traseiro gelava   Era a hora de cear E depois de consolados Ia tudo para a cama Sonhar os sonhos dourados   Até ao cantar do galo Que nos dava o despertar E assim pequenos e grandes Todos iam trabalhar   Com saudades vou lembrando Essa inocência de então Os convívios que faziam Nesse tempo ao serão   Hoje há cinemas, discotecas Jogos para diversão E as famílias vão esquecendo O que é passar um bom serão   Perdem-se anos de convívio Ficam coisas por contar E assim o tempo não deixa Nada bom para recordar   E eu pergunto à juventude: Que vais contar a teus filhos Nos tempos que então virão? Irás procurar mas não achas Nada no teu coração   Informante: Rosa Dias 2012/Campo Maior             Poesia Popular da autora transmitida por livro e recitada em diversos eventos culturais.
				Inventário PCI
			
		
				Transcrição
			
		Serões 
				Caraterização
			
		
	
				Identificação
			
		
				Contexto de produção
			
		
				Contexto territorial
			
		
				Contexto temporal
			
		
				Património associado
			
		
				Contexto de transmissão
			
		
				Equipa
			
		
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