Ficha
Fui branca e vejo-me preta
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Fui branca e vejo-me preta,


Só medrei em comprimento,


Tenho bom pano e estou nua,


Sofro chuva, sol e vento.


Umas vezes estou mui farta,


Outras vezes de lazeira,


Padeço daquele mal,


Quem s’dedica à oliveira;


Sou flagelo de mau dono


E dele devem ter dó,


Quando me vires mui fresca,


Estou no meu canto só.


 


R: É a chaminé.


 


Explicação: A chaminé àntiga, porqu’agora nã’tão ferrugentas. Fui branca, nasceu branca a chamin quando a fizeram, e vejo-me preta, preta qu’é o fumo com a ferruga da chaminé, não é destas d’agora, é d’antiga. Só medrei em compimento, em largura não, como começaram assim foi, só em comprimento foi pra cima. Tenho bom pano, pano é uma parte que se põe na chaminé, assim a atravessar. E’tou nuam sofro chuva, sol e vento, umas vezes ‘stou mui farto, é quando pomos o chouriço e aquelas coisas todas a secar na chaminé, não é, umas vezes estou mui farta, outras vezes de ladeira, padeço daquele mal qu’indica a oliveira, é a farruga. As oliveiras tamém têm, e agora ‘stão elas bastantes estragadas, pretas in vez de serem muito verdinhas, andam negras. É uma doença qu’as oliveiras arranjam.

Fui branca e vejo-me preta
Adivinhas que envolvem explicação e/ou história
Chaminé
Território
Juncal
Porto de Mós
Leiria
Identificação
Sem informação
Sem informação
Sem informação
Sem informação
Sem informação
Sem informação
Equipa
Plano Trabalho e Cultura - Equipa E2
1975-07-30
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