Três entidades colectivas, três feixes de vivências que se entrelaçam e formam parte essencial de um tecido vivo a que se chama cidade.
Nesta imagem resume-se o resultado final deste estudo no âmbito do projecto Identidades Colectivas, cujo principal objectivo foi conhecer e divulgar a história e identidade de três colectividades de Portalegre – a Sociedade Musical Euterpe, o Grupo Folclórico e Cultural da Boavista (GFCB) e o Grupo de Cantares de Portalegre “O Semeador”, associações que habitarão o futuro Espaço Robinson.
Para a equipa de investigação do IELT/FCSH, este mergulho na realidade quotidiana de três entidades colectivas representou um desafio enriquecedor. Na diversidade de percursos pessoais das pessoas entrevistadas, na complexidade de histórias de vida e das instituições, encontrou-se um mesmo sentido ético – colectivo e individual – que conduz estes agentes de cultura. São pessoas e instituições que buscam a integração social através da cultura e da fruição artística; que integram o convívio com práticas artísticas num quotidiano comunitário; que ultrapassam diferenças sociais e económicas através do prazer da dança e da música. Pessoas e instituições que prosseguem programas de formação e integração, que se preocupam com cada um dos seus colaboradores; que inscrevem o seu percurso colectivo e pessoal numa memória comunitária, numa história que se constrói há séculos através da partilha de momentos pessoais e colectivos, de vivências, saberes, crenças, fluxos e trânsitos migratórios. São instituições que, enraizadas numa memória e história regional, se lançam como embaixadoras culturais da sua cidade e do seu país.
Constata-se ainda, o entrelaçamento de actividades e percursos pessoais entre as três instituições e destas com outras forças vivas da cidade. Existe um espírito de colaboração e entreajuda assinalável que augura um futuro promissor ao projecto NOVOS HABITANTES do ESPAÇO ROBINSON, que visa a sedeação de diversas entidades colectivas com objectivos culturais num mesmo local. Com este estudo destaca-se a capacidade que cada uma das colectividades tem para preservar a sua identidade e prosseguir a sua evolução num novo contexto urbano e de prática artística.
Os percursos de cada uma destas entidades são testemunhos de uma contínua evolução e adaptação a mudanças de contextos sociais, económicos e políticos.
Com a apresentação pública deste trabalho, através dos suportes multimédia de DVD-ROM e WEB SITE, devolve-se à Sociedade Musical Euterpe, ao Grupo Folclórico e Cultural da Boavista (GFCB) e ao Grupo de Cantares de Portalegre “O Semeador”, aquilo que quiseram dar ao projecto: parte do seu rico património imaterial, três auto-retratos colectivos. Espera-se com este trabalho ter acrescentado a esta dádiva um método e uma visão científica e artística que complemente a contextualização destas colectividades.
Os conteúdos trabalhados neste projecto encontram-se on-line e partilháveis em sites dedicados a cada uma das entidades.