O que é a vida senão também a sua narrativa com a respectiva parte de (auto)construção? Viver para Contá-la, o título que Gabriel García Márquez destinou à sua autobiografia, tem esta dupla verdade. E ainda outra: a da vida com as possíveis ficções da verdade literária, a magia deste grande escritor. Três verdades que atravessam estórias por onde se faz história e que dividem interpretações, mas tecem a espessura do “biográfico” e relançam sempre a busca do sentido – e da(s) verdade(s). A fechar este encontro fica, então, a certeza da necessidade de um outro, e outra vez inacabado, sobre como falar da vida. Mas Viver para Contá-la deixa sobretudo uma mensagem fundamental para as (nossas) vidas: a ética de as viver com convicção, determinação, dignidade e liberdade, para termos, também nós, direito a escrever o melhor conto.

 

Programa Seminário ABORDAGENS BIOGRÁFICAS, MEMÓRIA, HISTÓRIAS DE VIDA