• Nome: Joaquim Barbas

  • Ano de Nascimento: 1952

  • Residência: Portalegre (freguesia de São Lourenço)

  • Função na Sociedade Musical Euterpe: Antigo director

  • Entrevista: 2010/2/9_ Portalegre_Sede da Sociedade Musical

"Nestas instituições há sempre muitas dificuldades, muitos problemas porque é gente muito jovem. Nós, quando eu estive à frente da direcção, pensávamos que a melhor maneira de mantermos isto de pé… E ainda hoje penso um pouco, porque estas instituições têm que ter dinheiro, não podem viver só à base de subsídio seja da Câmara, seja das Juntas de Freguesia, seja… Infelizmente aqui não há grandes empresas que possam ajudar, ajudam um pouco, mas pouco. E é necessário haver dinheiro e nós tínhamos uma política de tentar… Nós chegámos a ter cinquenta e dois músicos a tocar, mas tentávamos apanhar todos os serviços nas tais festas populares porque, enfim, sempre ganhávamos algum e fazíamos as continhas, poupávamos e dava para fazermos umas despesas. E quer dizer que uma vez fomos visitar a ilha da Madeira, no meu tempo, e lá era tudo pago – dormidas e comidas – mas os aviões levámos cinquenta músicos, o avião tinha que se pagar e nós tínhamos o dinheirinho todo para irmos e voltarmos e assim foi e correu tudo bem. Pronto, a nossa política não era de como agora. Neste momento a banda está a fazer uma política de qualidade, nós tínhamos uma política, enfim, mais virada para o popular, para abrilhantar as touradas, as procissões, enfim, alguns concertos… E havia a maioria dos moços, na altura, que entendiam que isto que devia de seguir um outro rumo, o rumo da qualidade e então eu… Ficou difícil porque me fui embora, mas (porque não havia quem quisesse), mas entretanto estes jovens que estão hoje à frente tomaram conta e conseguiram efectivamente tentar fazer essa qualidade.

No meu tempo era um pouco, não quer dizer que não tínhamos qualidade! Tínhamos qualidade na mesma mas, pronto, era um pouco diferente que a nossa orientação era outra. Mas, de qualquer forma, foi um período muito engraçado que eu tive na minha vida, com os problemas todos que há, com as discussões, e foi muito interessante e, como lhe digo, fiquei ligado. Ainda hoje sou presidente da Assembleia Geral porque, na altura, foi uma condição que me puseram: – você vai-se embora, mas tem que ficar ligado! Fica como Presidente da Assembleia Geral. – E então até hoje continuo. As direcções vêm vindo e eu vou sendo sempre Presidente da Assembleia Geral e, pronto, eu não me importo, estou a colaborar com a Sociedade na mesma como colaborava antes. Menos, não é? Porque já não sou do executivo mas, de qualquer forma, quando eles precisam estou sempre à disposição."